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A briga entre Obàtálá e Èsù

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Obàtálá e Èsù discutiam a respeito de quem era o mais antigo deles. Èsù, decididamente, insiste em ser o mais velho. Obàtálá, também, proclama com veemência que já estava no mundo quando Èsù fora criado. O desentendimento entre eles era tanto que foram convidados a lutarem entre si, perante os outros Irunmolè. Ifá foi consultado pelos adversários e foram ambos, orientados a fazer oferendas. Obàtálá fez as oferendas determinadas. Èsù negligenciou a determinação. Chega o dia da luta. Obàtálá apoiado em seu poder e Èsù contando com sua magia aliada à força de seus talismãs. Todos os Irunmolè estavam reunidos na praça de Ifé. Obàtálá deu uma pancada em Èsù, ele caiu sentado. Os Irunmolè gritam: Epa!!!! Èsù sacudiu-se e levantou-se. Obàtálá bateu-lhe sobre a cabeça e ele tornou-se anão. Os Irunmolè gritaram: Epa!!!! Èsù sacudiu-se e recuperou seu tamanho. Obàtálá tomou a cabeça de Èsù e sacudiu-a com violência. A cabeça de Èsù tornou-se enorme, maior que seu corpo. Os Irunmolè gritaram: Epa

Consulta ao Oráculo e o Ritmo do Candomblé

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O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de oluô, título concedido a alguns babalaôs. Ifá é o orixá da advinhação e para tudo ele deve ser consultado. Existem dois tipos de jogo: o do opelê-Ifá e o jogo de búzios. No jogo de búzios, mais comum, quem fala é Exu. São dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos babalorixás e ialorixás. A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque Oxum fez um trato com Exu, conseguindo dele permissão para jogar. Tanto o jogo de búzios como o do opelê-Ifá baseiam-se num sistema matemático, em que se estabelecem 256 combinações resultantes da multiplicação dos 16 Odus u sados no jogo de búzios por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo. Quanto mais séria a questão a serem resolvida, maior a responsabilidade d

ÒSÙMÀRÈ - GBÈSÉN

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ÒSÙMÀRÈ - GBÈSÉN Alguns orixás cultuados na nação Ketú são de outras origens e devido as migrações e a união dos povos no Brasil, nossa nação adotou o culto de alguns voduns de origem Djedje. O orixá Oxumarê é a representação do Vodun Dan na nossa nação Ketú. Como já disse na postagem anterior, vodun não tem qualidades, mas quando Dan passou a ser Oxumarê no candomblé de Ketú ele tem qualidades.  Para a formação de Oxumarê, o vodun Dan se desmembra em mais dois voduns, que no candomblé de Djedje são pessoas diferentes, mas pra nós são qualidades de Oxumarê. Em Ketú temos: Vodun Dan = Oxumarê, que se desmembra em Gbèsén se apresentando como homem e Frekwen quando se apresenta como mulher.  Gbèsén -  Seu nome significa “adorar a vida”, é o Ako Vodun (Vodun Principal) do povo Jeje Mahi, dono do Sejá Hunde. É o Vodun ligado a vida e a renovação. Vodun da riqueza, ascende os céus em forma de arco-iris e semeia as chuvas.  Marido de Frekwen, é sempre saudado junto a sua esposa

Obà - Guerreira do Amor

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Obà - Guerreira do Amor Divindade feminina, do rio Obà, uma das esposas de Sàngó e de Ògún, que lidera a Egbé Elékò (Sociedade composta apenas por mulheres guerreiras – amazonas), cultuada para que não haja desentendimentos no casamento. Misteriosa porém com muitos trejeitos masculinos. Em batalha, luta de igual para igual com qualquer um que se atreva a afrontá-la.  Obà escolheu a guerra como prazer nesta vida, enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás, vencida apenas por Ògún quando o mesmo trapaceou na batalha. Embora seja velha e desajeitada, assim como sem charme, é vigorosa, corajosa e leal. Não é raro encontrar uma filha de Obà. Sendo que muitas casas por medo as iniciam para Òsún ou Oya. Elas são valentes e guerreiras. Sabem o que querem e vão até o fim. São possessivas, amorosas e ao mesmo tempo tem dificuldades para serem gentis, são duronas e inflexíveis. Enquanto Iyemanja é a superfície dos rios e Òsún o fundo das águas, Obà esta representa

6+5=12 A prosperidade no candomblé.

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6+5=12 A prosperidade no candomblé Para quem tem como prática religiosa o culto aos orixás, o dia 6 do mês 6 foi, e continuará sendo, de extrema importância. Afinal, no profundo sistema numérico do jogo de búzios, o número 6 foi o responsável por trazer a prosperidade para a Terra. Para o povo africano, de quem herdamos uma boa parcela de nossa filosofia de vida, ser próspero é uma obrigação. Por isso, nessa data, o “povo de santo” fica todo ouriçado: põe suas melhores joias, sai para fazer compras e faz oferendas. Tudo para atrair prosperidade. O alcance dessa graça é um dos maiores desejos do ser humano. Mas quem é essa tão desejada prosperidade?… Diferente do que normalmente se costuma pensar, a filosofia yorubá não relaciona prosperidade, apenas, a dinheiro. A referida palavra quer indicar uma reunião de circunstâncias que precisam ser buscadas, para que se vá alcançando, continuamente, um estado mais elevado do ser, em seus diferentes aspectos: físico, emocional, social, espir

Encruzilhada - O palco da vida

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Encruzilhada - O palco da vida Quando se fala em encruzilhada, imediatamente surge na cabeça dos brasileiros a ideia de Exu e de “bozó”, nome pelo qual o povo gosta de designar as oferendas que o povo de candomblé faz fora do terreiro-templo. Claro que a referida divindade está, sim, ligada aos entrecruzamentos de caminhos. Mas o simbolismo da encruzilhada e, consequentemente, da cruz está presente em muitas religiões, sendo, assim, universal. O catolicismo soube enaltecer e ao mesmo tempo popularizar a imagem da cruz, mostrando Jesus sacrificando-se pela humanidade, momento em que ultrapassou seu estágio humano. A cruz, com seus quatro “braços” que apontam para os quatro pontos cardeais, é símbolo de orientação no espaço, para que a jornada humana não seja perdida. A encruzilhada, portanto, é um lugar de pausa, um momento parado no tempo, que leva à mudança de um estágio a outro ou, simplesmente, de uma situação a outra. Quando, portanto, oferendas nas encruzilhadas são depositadas,

Obatalá - Oxaguiã

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Obatalá - Oxaguiã Oxaguiã é um orixá guerreiro. Sua maior luta é pela perfeição: de si mesmo, dos outros e das coisas. Odeia a preguiça, que ele considera o inimigo número um da perfeição. Da união de Oxaguiã com Iyemanjá, nasceu Ogum, orixá guerreiro como o pai. Ogum guerreia para destruir o que precisa ser renovado, enquanto Oxaguiã luta para construir o que foi destruído. Neste vai e vem de batalhas, Oxaguiã foi um dia à cidade de Ogum para buscar munição e encontrou o povo em festa. A comemoração era pelo término da construção do novo palácio do rei Ogum. Tudo parecia perfeito. Não para Oxaguiã! Ele bateu sua poderosa espada no palácio, que ruiu imediatamente. O povo ficou irado! “Tanto trabalho jogado fora, por um capricho de Oxaguiã”. O pai de Ogum então falou: “O rei de vocês está em guerra e não voltará tão cedo. Por que entregar este palácio para ele, quando um muito melhor pode ser construído?”. Passado um tempo, Oxaguiã retornou à cidade e encontrou o palácio reconstruíd